#109 Como virar instrutor(a) de cursos de marketing digital?
Algumas dicas para quem quer entrar nessa área e não sabe por onde começar.
#TBT é a edição #50, onde entrevisto Thiago Costa, coordenador da pós graduação de marketing digital na FAAP.
Eu ministro cursos e aulas em universidades há 10 anos e uma dúvida muito comum que me perguntam é como entrei nessa área. Perguntei para alguns colegas do mercado (que também ministram aulas) e consegui reunir as principais informações e dicas para quem possui interesse em ser instrutor(a) de cursos de marketing digital. Lembrando que o foco aqui é para aqueles que querem levar essa atividade como complemento de renda, não como carreira.
O primeiro requisito é o aspecto comportamental: é necessário ser paciente e gostar de ensinar e transmitir conhecimento. Uma boa forma de testar isso é no seu trabalho: você gosta de ensinar os outros, possui paciência e didática para treinar seus subordinados(as)? Você é elogiado(a) ou te referenciam por isso?
O segundo requisito envolve experiência e competência. Ser convidado(a) para ministrar aulas e cursos é como concorrer a uma vaga de trabalho: se você não tem experiência prévia, o que o contratante irá considerar na sua escolha? No caso de cursos/aulas, depende muito do tema/conteúdo que será ministrado.
Por exemplo: se a instituição está procurando instrutor(a) para um curso sobre Google Analytics e você possui a certificação nessa plataforma e experiência de trabalho, você já possui a comprovação de que é capaz de ministrar o curso.
Agora, há milhares de profissionais que possuem requisitos técnicos, mas o diferencial na hora da escolha envolve ter experiência prévia em ministrar cursos. E aí entra naquela questão do ovo e da galinha: como vou ter experiência prévia se estou buscando exatamente ter experiência nessa área?
Nessa situação, Williams Cuccovia (gerente de marketing digital na Whirlpool e professor na ESPM) afirma que dá para buscar espaços pontuais em cursos por meio de contato com instrutores atuais:
“Comecei dando minhas primeiras aulas como convidado em uma escola de cursos e depois fui pegando experiências pontuais, até conseguir uma indicação no LinkedIn”
Fernando Collaço (head de brand marketing na Afterverse e professor no Senac) vai pelo mesmo caminho do networking:
“É importante que a pessoa conheça profissionais que já ministram cursos ou até coordenadores e gestores de cursos em escolas ou universidades. Assim cavam-se oportunidades para participações que melhoram seu currículo”
No meu caso, eu criei experiência por meio de inscrição e execução de cursos e oficinas em eventos que eram abertos a propostas. Há diversos lugares que você pode submeter uma proposta de curso e que não exigem experiência, como por exemplo o Festival do Instituto de Artes na Unicamp e o Social Media Week em São Paulo.
O terceiro passo é saber aonde você quer ministrar cursos, pois há pré-requisitos e formas de contratação que variam de lugar para lugar. Por exemplo, na maioria das instituições, é necessário ter um CNPJ para emitir nota fiscal. Se não tiver, a instituição pode te contratar via RPA, mas não são todas que fazem esse tipo de contratação.
Outro exemplo é a exigência da pessoa possuir uma pós graduação para poder ministrar aulas e cursos em universidades e algumas exigem também o currículo Lattes atualizado. Em escolas livres, não é necessária essa formação e costumam olhar mais a reputação e currículo da pessoa.
No resumo:
É importante ter essa rede de contatos que possam te indicar em cursos e aulas ou que, pelo menos, te ajude a criar as primeiras experiências;
Também é bom ficar de olho nos seus requisitos técnicos para ter uma formação comprovada no curso que você gostaria de ministrar;
Por fim, vale sempre estar aberto a feedbacks. Assim como a carreira profissional, nós vamos melhorando com o tempo graças aos toques, dicas e vivência na sala de aula.
NOVIDADE DA SEMANA
Pesquisa aponta que quase 9% do tráfego em e-commerces são oriundas das redes sociais
Uma pesquisa da Salesforce mostrou um crescimento das redes sociais como fonte de tráfego para o ecommerce em 2021. Cerca de 8,9% do tráfego veio desse canal no segundo trimestre de 2021, contra 6,6% no primeiro trimestre de 2019. Destaque para a tendência de crescimento no tablet (16%) e para o baixo índice em desktop.
Com praticamente todas as redes sociais criando soluções de shopping em suas plataformas, a tendência é aumentar ainda mais esses 8,9% e termos sistemas integrados entre e-commerces e redes sociais.
Vi no The Shift