#65 O problema do "ovo e galinha" no marketing
Como Tinder, Uber e Airbnb criaram demanda e oferta dentro de suas plataformas
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Informações tiradas desse artigo, em inglês
O dilema do ovo e da galinha pode ser adaptada para o desafio dos marketplaces e plataformas de intermediação de serviços. Você precisa achar tanto a oferta quanto a demanda, porém, cada lado só vê valor se o outro for atraente. Por exemplo, usuários só compram um modelo de videogame se tiver uma diversidade de jogos para comprar, mas as produtoras de jogos só farão jogos se tiver usuários o bastante para comprar.
Esse desafio é o que ocorreu com Tinder, Uber e Airbnb. Como essas empresas resolveram esse dilema?
Tinder: os 15.000 primeiros usuários
Tinder gerou cerca de 1 milhão de encontros por semana em 2019, mas o começo exigiu um grande esforço de uma de suas fundadoras. Whitney Wolfe viajou pelos EUA e, em cada cidade, fazia uma apresentação para a comunidade de mulheres, motivando-as a se inscrever na plataforma por ser útil, divertida e com o apelo feminino de uma fundadora, ou seja, as mulheres se identificavam com ela (sororidade). Ao mesmo tempo, ia nas comunidades masculinas e mostrava algumas mulheres que estavam cadastradas no aplicativo e incentivava o cadastro.
Após retornar, 15 mil usuários já estavam cadastrados no aplicativo. Em 2014 saiu do Tinder e fundou o Bumble, principal rival.
Airbnb: tecnologia para atrair proprietários
O começo do Airbnb exigiu uma artimanha tecnológica e uma abordagem “pessoal”. Os fundadores desenvolveram um script que coletava o e-mail de diversos proprietários de casas e apartamentos listados no Craiglist, famosa lista de classificados dos EUA. E o mesmo script enviava um e-mail para cada proprietário dizendo que o apartamento era “tão legal” e pedia permissão para adicionar de graça no Airbnb.
Com essa manobra, conseguiu 60 mil hospedagens. E, consequentemente, começou a atrair usuários, interessados na diversidade de opções.
Uber: investimento para gerar trials
Para ganhar seus primeiros clientes, os fundadores do Uber sabiam que era necessário atrair motoristas. Chamaram motoristas vip (aqueles de carros preto de luxo) e ofereceram pagar a primeira hora do uso da plataforma. Três a cada dez motoristas aceitaram e experimentaram o aplicativo.
Do outro lado, para atrair clientes, ofereciam corridas gratuitas em eventos de tecnologia em San Francisco e buscavam garantir o melhor serviço e experiência. O boca a boca gerado foi essencial para alavancar o negócio. Em novos mercados, lançavam a plataforma em momentos de maior movimento, como feriados, e faziam estudos sobre demanda de passageiros vs. número de táxis na cidade. E sempre com corridas gratuitas ou com grandes descontos para alavancar clientes e pagamentos generosos para motoristas.
Essas e outras empresas tiveram soluções atacando um lado primeiro. Em todos os casos, tiveram investimento em bonificação, tecnologia ou até marketing para que o serviço se tornasse atraente para um usuário se cadastrar ou experimentar. Sendo assim o dilema “ovo ou galinha” se torna mais fácil do que parece.
NOVIDADE DA SEMANA
O que acontece em um minuto na internet em 2020?
A imagem diz por si só. Lembrando que estamos em época de pandemia e isso intensifica o uso de canais digitais como um todo, mas mesmo assim, são números impressionantes.
Vi no Social Media Today.