#87 Social Ads e pandemia
Um especialista mostra o que veio para ficar e o que mudou nesse segmento de anúncios.
#TBT é a edição #47 sobre o boicote dos grandes anunciantes contra o Facebook.
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Buscando entender um pouco mais sobre como os anúncios em redes sociais (mais especificamente Facebook e Instagram) foram utilizados durante a pandemia, eu entrevistei o Leonardo Zaneti, head de customer success na ROI Hunter, plataforma de gestão de social ads e que atende os principais e-commerces do Brasil.
A pandemia em 2020 causou uma forte movimentação de diversos anunciantes para o e-commerce e, consequentemente, para maior promoção dos produtos no ambiente online. Trabalhando em uma plataforma de social ads, quais mudanças você presenciou dentro dos seus clientes nesse ano de pandemia, não só em mídia quanto em tecnologia?
Em 2020 foram mais de 13 milhões de pessoas que fizeram a primeira compra no e-commerce brasileiro, maior que a população de alguns países.
Acabei acompanhando clientes em realidades e maturidades digitais bem distintas tendo que lidar com o novo cenário do dia para a noite: desde algumas empresas que tiveram que se digitalizar às pressas e colocar todo foco em um e-commerce que ainda não estava bem resolvido, até empresas já consolidadas no digital que conseguiram aproveitar bem o momento. Acho que o mais impactante que participei foi lidar com alguns grandes varejistas que, apesar de já terem ecommerce super fortes, tiveram que mover a maior parte do investimento das lojas físicas para o online não só para compensar a receita "perdida" do offline, mas inclusive para encontrar novas maneiras de usar as lojas físicas e a mão de obra que estaria parada (e até evitar demissões).
Um bom exemplo foi Casas Bahia com o "Me Chama no Zap", que conseguiu colocar rapidamente os vendedores das lojas fechadas para vender pelo whatsapp, inclusive com anúncios dinâmicos geolocalizados no Facebook em que o usuário era impactado por um carrossel de produtos e, ao clicar, já caía em uma conversa do whatsapp com o vendedor da loja mais próxima.
O usuário brasileiro também acabou consumindo mais redes sociais durante a pandemia devido ao isolamento social. O que melhorou e o que piorou nos resultados de social ads considerando esse contexto?
Em geral os resultados, apesar de muito positivos, acabaram tendo muita volatilidade, acompanhando vários momentos diferentes de abre e fecha das lojas físicas durante esse período. No início, vimos um boom nas vendas, mas depois também um grande aumento nos custos principalmente com a chegada de datas mais agitadas e com budgets maiores como Black Friday.
Sobre usuários consumindo mais redes sociais, é difícil dizer o impacto direto para os anúncios, porém, podemos dizer que isso significa
maior inventário para receber os anúncios e um público que está muito mais propenso a comprar online atualmente e, por outro lado, esses usuários também estão gerando muito mais posts e conteúdo que concorrem com os anúncios.
No final, é um anúncio de produto competindo ao mesmo tempo com os anúncios de concorrentes (ou não) e um volume ainda maior de posts de diversos assuntos, como pandemia, BBB, política, gatinhos fofos e de avós e pais sendo vacinados <3
A pandemia em algum momento irá passar. O que você acha que veio para ficar em termos de práticas, tecnologias e maturidade no campo de social ads?
Acredito que o investimento em mídia digital deve se manter em alta e com a diminuição da pandemia teremos ainda mais ações abrangendo essa integração entre online e offline. Pode parecer meio batido, mas tenho visto um aumento na maturidade dos varejistas e plataformas nesse sentido e a pandemia ajudou a acelerar.
Em e-commerces e varejo, eu acredito que os formatos de anúncios dinâmicos com catálogo de produtos, apesar de já bem consolidados nessa vertical, ganharam ainda mais força pois são muito escaláveis e efetivos. É incrível como mesmo para objetivos de topo de funil (ex: instalação de app), os formatos dinâmicos mostrando produtos (em vez de um videozinho ou criativo pedindo para instalar o app) apresentam um resultado muito melhor. Inclusive outras redes sociais como Pinterest e TikTok também estão começando a oferecer esses formatos.
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NOVIDADE DA SEMANA
Instagram lança versão Lite para Android
Para usuários com aparelhos de baixo desempenho ou conexões mais lentas, o Instagram lançou a versão Lite, já presente em 170 países, para celulares Android.
A versão foi desenvolvida para atender mais de 50% das pessoas no mundo que possuem dispositivos lançados há cerca de dez anos, ou seja, com baixos armazenamento e desempenho (de acordo com o próprio Facebook).
Os usuários do Instagram Lite terão a mesma experiência daqueles que utilizam a versão convencional do aplicativo. Apesar disso, alguns recursos não estarão presentes: transmissões ao vivo, Instagram Shopping e a ferramenta da criação de Reels. Em relação a conteúdos de IGTV, será possível realizar apenas a pré-visualização dos vídeos.
Vi no Meio e Mensagem.