#45 Os quatro piores tipos de palestras
As palestras que não agregam nada de acordo com o fundador do TED
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Retirado do livro TED Talks: Guia oficial do TED para falar em público.
Chris Anderson, presidente e fundador do TED, listou quatro tipos de palestras que ele abomina e que evita ao máximo em eventos TED. Abaixo coloco trechos do livro e também alguns comentários meus.
Conversa de vendedor
“Um bom palestrante quer ser visto como alguém generoso e não como um chato que só quer se promover. É tedioso e frustrante ouvir um discurso de venda, principalmente quando se está esperando algo novo. O princípio fundamental é lembrar que o palestrante deve fazer uma doação aos seus ouvintes, não tirar algo deles”
A palestra deve ser igual o fundamento de inbound marketing: ajude sua audiência que logo vão atrás de você. Quem nunca esperava uma palestra trazendo novidades e ideias e o palestrante só queria mostrar seu serviço e empresa?
Divagações
“Um dos oradores de um TED começou a palestra assim: “Enquanto eu vinha de carro para cá, fiquei pensando no que diria para vocês…” e seguiu-se uma série de observações dispersas sobre futuros possíveis, tudo muito difícil de entender. Nenhuma argumentação instigante, nenhuma linha de raciocínio. A plateia aplaudiu discretamente, mas na verdade ninguém aprendeu nada”
Em marketing, esse tipo de palestra é o mais frequente. O palestrante põe um fundo cinza, meio enfumaçado, solta umas frases em inglês que não significam nada, umas frases de auto ajuda e no final você descobre que todas as frases ali cabem perfeitamente em um tweet de forma proposital. Quando pergunta-se o que aprendemos com essa palestra, ninguém sabe dizer.
“Isso é um insulto, o palestrante está dizendo que o tempo da plateia não vale nada nem o evento que participa”
Tédio organizacional
“Uma organização pode ser fascinante para quem trabalha nela e super entediante para quase todos os demais”
Essas palestras que a pessoa (geralmente da diretoria) fala das ações e dos detalhes da equipe e da organização sempre são muito chatas por causa desses detalhes organizacionais. Ninguém quer saber se a empresa contratou fulano ou sicrano para fazer tal coisa. Essa informação só vale dentro de uma história que transmita uma ideia.
“Compare as duas formas: 1 - “Em 2005, criamos um departamento em Dallas, nesse edifício (mostra no slide) para investigar meios de reduzir gastos com energia e para dirigi-lo eu nomeei o vice-presidente…”.
2 - “Em 2005, descobrimos um fato surpreendente: é possível reduzir os custos de energia de um escritório em 60% sem perda substancial de produtividade. Vou explicar como.”
Repare como uma traz tédio e outra traz suspense, motivação.
Desempenho motivador
Esse tem relação com o tipo Divagações, mas a diferença é a expectativa que o palestrante possui com o final de sua palestra. Muitos palestrantes buscam o sucesso no final de suas palestras, ou seja, aplausos de pé ou demorados.
Essa busca pela palestra “arrasadora” faz com que o palestrante apele mais para conteúdos vazios, frases de efeito ou força situações que chega ao constrangimento.
“O problema de apresentações como essas não está apenas no fato de adularem a plateia para engana-la. Está sobretudo em enxovalhar a reputação do gênero. Elas reduzem as chances de que os espectadores se deixem atingir por um palestrante genuinamente motivador. Entretanto, atraídos pela droga que é o aplauso do público, cada vez mais palestrantes tentam seguir esse caminho”
Chris Anderson fala muito sobre como a inspiração deve ser conquistada, quando transmite um entusiasmo genuíno. E que isso não é encenado.
“A motivação não pode ser encenada. Ela é a reação de uma plateia à autenticidade, à coragem, ao trabalho altruísta e aos conhecimentos genuínos”
Creio que uma forma resumida de entender se uma palestra foi boa é: eu aprendi algo novo? Se sim, consigo defini-la em poucas palavras? Essa palestra me motivou e me direcionou para uma mudança? Se sim, qual seria essa mudança?
Fazendo isso, você vai filtrar 80% das palestras que você assiste.
NOVIDADE DA SEMANA
TikTok praticamente se iguala com Youtube no tempo de uso pelo público infantil
O isolamento fez o tempo de uso do TikTok entre o público infantil (4 a 15 anos) dobrar nos EUA, Reino Unido e Espanha, passando de 36 minutos por dia para 80 minutos em média, praticamente equivalente ao Youtube (85 minutos por dia).
Instagram continua sendo o app com maior penetração nesse público (20% dos usuários utilizam), contudo, perde em volume de uso (40 minutos por dia). TikTok está em segundo, com 17%.
Vale lembrar que público infantil já deu problemas para o Youtube. Ano passado, a plataforma teve que mudar a forma como os vídeos infantis são classificados devido a problemas com publicidade para crianças, ou seja, havia anúncios inapropriados para esse público em vídeos infantis. Talvez TikTok sofra o mesmo problema com essa audiência crescente na plataforma.
Vi no TechCrunch.