#80 Entrevista com head de social media da Exame
Renato Lazzarini fala um pouco sobre os desafios de fazer conteúdo em mídias sociais para publishers
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Para essa edição, convidei meu amigo Renato Lazzarini (head de social media na Exame) para falar um pouco da sua experiência trabalhando com mídias sociais em um publisher e também as diferenças com conteúdo para anunciantes.
Você trabalhou em dois veículos e possui um portal de conteúdo sobre futebol americano, mas também já trabalhou com social media para anunciantes. Quais são as principais diferenças que você enxerga na hora de produzir conteúdo para um publisher vs. para um anunciante?
Na verdade, tudo depende do objetivo de cada um deles. Existem publishers que querem anunciar seus próprios produtos ou serviços através das redes sociais. E existem anunciantes que querem produzir conteúdo e sair um pouco do varejo. Mas independente de qual caminho for, eu acredito que quando falamos de publishers, nós queremos entregar um conteúdo de qualidade e que faça as pessoas se engajarem com aquilo: seja comentando, compartilhando, marcando amigos ou simplesmente salvando por acreditar que aquilo agregará algo positivo em sua vida.
Já quando falamos de anunciantes, o nosso principal objetivo é a conversão. Ou seja, não estamos preocupados se a pessoa vai se engajar com isso (socialmente falando), mas sim, se a pessoa vai comprar o nosso produto. Mas voltando à pergunta, as grandes diferenças entre os dois são: objetivo e linguagem. Precisamos "entrar na cabeça" do nosso público-alvo e pensar como eles: eu gostaria de engajar com esse conteúdo? Ou eu ficaria com vontade de comprar esse produto? Se a resposta for "não sei" ou "não", algo está errado e precisa repensar a sua estratégia. Se a resposta for "sim", vá em frente.
Um dos desafios de um publisher é rentabilizar seu conteúdo por meio de anúncios. Para quem tem blog, canal no Youtube ou site de conteúdo, quais dicas você dá para quem quer começar a rentabilizar via Google ou outras plataformas?
Na teoria, hoje em dia, a rentabilização de conteúdos pode acontecer de várias formas. Mas isso não quer dizer, infelizmente, que o produtor de conteúdo vá ganhar dinheiro logo de cara. Antes disso, ele precisa entender o público-alvo dele: o que eles gostam mais?
Neste meu segmento, os vídeos dão mais resultado ou engajamento do que fotos ou textos? Eu tenho equipamento ou estrutura para isso? Qual plataforma é mais utilizada? Normalmente usam uma linguagem mais formal ou informal? E outras perguntas chaves. Depois de entender o público, escolher a plataforma, o tipo de conteúdo, etc, aí sim, chega a hora de pensar como rentabilizar.
Algumas plataformas, como o Instagram, não tem funcionalidades nativas de rentabilização para todos os produtores de conteúdo, mas existem os famosos publiposts. No Facebook, existe a possibilidade de ativar a rentabilização dos vídeos. No Twitter também existe isso. Em sites ou blogs, existe o Google Adsense. No YouTube você também pode gerar um bom ganho através dos vídeos e assim por diante. Veja qual plataforma você estará e pesquise sobre ferramentas, nativas ou não, para rentabilizar cada uma delas.
E claro, uma dica importante: faça o seu conteúdo ser diferenciado, produza com frequência (tenha empenho em construir essa rotina) e não se assuste no começo com a quantidade de visualizações, curtidas ou seguidores. Tudo começa do zero. E vai depender de você fazer isso ir pra frente ou não.
Quais habilidades, técnicas ou comportamentais, você acha essencial para um analista de social media que trabalha em publishers?
Normalmente, os publishers são organizações que dependem muito do que acontece no dia a dia. Eles fazem das notícias o seu ganha pão: seja via Instagram, YouTube, Facebook ou outras redes. Por isso, uma pessoa que queira trabalhar com grandes veículos de comunicação, precisa ter em mente que não é uma organização simples de trabalhar. Existem muitos times envolvidos, muitas áreas envolvidas e muita coisa acontecendo ao mesmo tempo.
A pessoa precisa ser alguém que consiga trabalhar de maneira multidisciplinar para lidar com muitas coisas/times/pessoas ao mesmo tempo e, claro, que consiga lidar com pessoas (não somente no dia a dia, mas através do conteúdo), afinal, estamos contando algo que, diretamente ou indiretamente, vai impactar a vida de milhares de pessoas pelo Brasil ou pelo mundo.
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NOVIDADE DA SEMANA
Clubhouse grava suas conversas e rastreia os usuários
Começaram a pipocar os primeiros problemas envolvendo privacidade e gestão de dados no Clubhouse. De acordo com essa matéria (em inglês), o Clubhouse:
Está gravando as conversas de seus usuários;
Não permite que você delete as informações que os seus amigos compartilham sobre você;
Não permite deletar sua conta;
Rastreia os usuários e utiliza os dados sem permissão.
Segundo o Clubhouse, as gravações são feitas apenas por “propósitos investigativos” e os descarta depois de um tempo. O problema é não deixar transparente esse uso e ter muitos outros pontos que ficam obscuros no uso dos dados.
Vale ressaltar que as conversas em redes sociais sobre a plataforma caiu 60% de acordo com a Sentimonitor (fonte: aqui) e o volume de buscas caiu bastante comparado com o pico.
Vi no B9