#61 O rebranding que custou milhões e foi cancelado
O investimento da marca Gap que durou apenas 6 dias.
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Em 2010, a marca Gap propôs um redesign de sua marca, causando um prejuízo de milhões de dólares e muitos protestos dos clientes, tendo que retornar para o logo tradicional.
Importante entender o contexto naquele ano. Gap havia sofrido uma desvalorização de 40% nas ações devido ao crash da bolsa em 2008. Com o cenário em crise, o board da companhia decidiu fazer um rebranding, mudando o logo da marca.
Foi durante a época de maior número de vendas (Natal) que a marca lançou seu novo logo. Abaixo, o logo tradicional na esquerda e o novo logo na direita.
A mudança foi apenas nesse visual, pois as linhas de roupa, a abordagem jovem e tradicional e até as cores das lojas permaneceriam as mesmas. O que irritou os consumidores (e fãs da marca) foi que a mudança foi abrupta e sem justificativa. Foi basicamente uma mudança pensando na crise que se arrastava, sem novas linhas ou estilos.
As críticas vieram de todos os lados. Profissionais de design apontaram o uso da fonte Helvetica no logo era um total desleixo com a história da marca e um usuário criou um site onde outras pessoas podiam submeter um novo logo para Gap, tendo mais de 14.000 sugestões. Até parodiaram o logo com uma conta no Twitter para zombar da situação.
Diante da repercussão, a marca tentou consertar dizendo que se tratava de um primeiro passo de um projeto de crowdsourcing, ou seja, abriu para que o público apresentasse ideias para o novo logo.
Mesmo assim, as críticas continuaram e, após seis dias de lançamento do novo logo, a marca resolveu voltar atrás e deixar o tradicional. O presidente na época, Marka Hansen, afirmou que eles “não sabiam que havia tanta paixão e energia em torno da marca”. Analistas estimam que entre o desenvolvimento e lançamento desse novo logo, além dos investimentos em relações públicas, a marca Gap pode ter gastado até 100 milhões de dólares.
Moral da história: consulte seu público ou justifique uma mudança na sua marca. As pessoas se apegam muito a história e tradição.
NOVIDADE DA SEMANA
Cyrela é a primeira empresa a ser multada por descumprir com LGPD
Uma juíza paulista decidiu por uma indenização de R$ 10 mil a um cliente da Cyrela que teve seus dados compartilhados com parceiros da empresa sem autorização.
O cliente comprou um apartamento em novembro de 2018 e, na sequência, passou a receber ligações indesejadas de instituições financeiras e empresas de decoração oferecendo serviços associados à aquisição do imóvel. Na visão da juíza, a empresa descumpriu tanto a LGPD quanto direitos previstos no Código de Defesa do Consumidor e na Constituição.
A juíza cita ainda que o contrato entre as partes envolvia apenas a inclusão dos dados no Cadastro Positivo e no próprio banco de dados da empresa, sem que o cliente tenha sido informado sobre o repasse das informações a parceiros comerciais ou terceiros. As informações continham dados pessoais e também dados do imóvel adquirido.
Além da própria indenização, a decisão condena a construtora a não mais repassar os dados pessoais ou financeiros de seus clientes a terceiros, sob pena de multa de R$ 300 a cada contrato cuja má utilização das informações seja confirmada.
A empresa disse que irá tomar medidas de reparação e estabelecer novos processos para que não aconteça novamente.
Vi na Exame.