#25 A restrição dos cookies nos navegadores
Google anuncia a exclusão de cookies de terceiros dentro do Chrome. Quais os impactos dessa mudança e quais alternativas estão sendo criadas.
O Google anunciou na semana passada que, dentro de dois anos, irá excluir cookies de terceiros no navegador Chrome, ou seja, só permitirá cookies do próprio Google. A decisão chega seis meses depois do anúncio da iniciativa Privacy Sandbox, que consiste em criar práticas de coleta de dados que dependam menos de rastreamento digital.
As medidas chegam em um momento que a discussão sobre uso de dados está aquecida devido a regulamentação da GDPR (que está em vigor desde 2018), LGPD (entra em Agosto/2020) e a CCPA (começou no dia 1 de janeiro), em que todas abordam consentimento e uso de cookies para coleta de dados. Devido a essas regulamentações e outras discussões em associações de anunciantes, veículos, etc. o Google está se mexendo em garantir outras fontes de coleta de dados que vão além dos cookies.
O anúncio é um choque para anunciantes e publishers, visto que o Google, que é o principal player para veiculação de anúncios digitais, está lutando justamente contra a principal forma de rastreamento de dados para anúncios: os cookies. Praticamente todas as formas mais populares para personalização de anúncios são feitas baseadas nessa tecnologia. Por outro lado, o anúncio forçará todos os stakeholders do mercado a investirem em novas formas de tecnologia de coleta, visto que o Chrome é o navegador desktop mais usado do mundo, de acordo com a Statcounter.
Vale lembrar que controle de cookies não é recente: a Apple criou restrições no navegador Safari em 2017 e fechou ainda mais o cerco em 2019. Se considerarmos o volume de usuários de Chrome + Safari no mundo, serão 77% dos usuários que terão restrições no uso de cookies, ou seja, seria uma grande perda para os anunciantes e publishers.
Diante desse cenário, novas soluções estão sendo desenvolvidas, principalmente com iniciativas de first party data, onde o usuário permitirá, conscientemente, a coleta dos dados em troca de benefícios ou serviços. Outro caminho proposto é a criação de um marketplace entre os publishers, onde se compartilham dados first party entre si. A iniciativa é vista com bons olhos, pois eles dependeriam menos do Google, mas exigiria um esforço de padronização de taxonomia das audiências de cada publisher e também o que cada um deve fornecer para criar um ambiente atraente para os anunciantes.
NOVIDADE DA SEMANA
Pinterest supera Snapchat pela primeira vez nos EUA
Pinterest superou o número de usuários do Snapchat nos EUA e provavelmente irá superar em outros países se manter o crescimento. Com a estratégia de rentenção e fidelidade dos usuários, o Pinterest vem investindo em usabilidade e recursos dentro da rede social.
Outro ponto diferencial é a diversidade de faixas etárias que utilizam a rede. No gráfico abaixo, repare que há uma melhor distribuição em comparação com o Snapchat, o que contribui para um crescimento consistente.
Vi no eMarketer.