#137 Design e arte para redes sociais
Dicas para produção visual em redes sociais nessa entrevista com o especialista Marcos Singulano
#TBT de hoje é a edição #110 onde mostro os requisitos para ter um perfil verificado no Instagram e Facebook.
Uma dúvida constante de quem trabalha com redes sociais é sobre qual conteúdo devemos publicar. E um dos aspectos determinantes para uma boa performance é o design e arte da postagem. Para dar orientações e informações sobre o assunto, chamei meu amigo Marcos Singulano para responder algumas perguntas.
Marcos Singulano é formado em Midialogia na Unicamp e pós graduado em Influência e Estratégia pela PUC-RS. Possui 12 anos de experiência em Design Gráfico e Direção de Arte, já atendeu diversos clientes como Google Developers Brasil, Vivenda do Camarão, Grupo Bimbo, Catho, etc e atualmente trabalha focado no desenvolvimento de identidades visuais e direção de arte em seu estúdio, além de desenvolver projetos pessoais para seu Instagram.
P: Na sua experiência, qual a principal diferença entre o design e arte feitos para redes sociais versus para outros tipos de interfaces como embalagens, peças impressas e anúncios digitais e offline?
R: Em uma rede social ou mesmo anúncios digitais, a marca compete com memes, vídeos de gatinho, post de fim de ciclo no trabalho e mais outras mil coisas que podemos listar aqui. Pensando que, somado a isso, estamos cada vez mais habituados a ir só dando scroll no celular sem prestar a atenção em muita coisa, criar um post ou um anúncio digital que vença toda essa competição é um grande desafio.
Além disso, a quantidade de informação que podemos utilizar em uma arte para redes sociais versus peças impressas é bem mais limitada, o que também é outro grande desafio para chamar a atenção do usuário. Tanto que, cada vez mais, as marcas investem em gifs, stickers e animações para tentar resolver essa questão.
Agora, uma vantagem da criação para meios digitais em geral é a possibilidade de testar, adaptar e alterar de maneira muito ágil, o que for necessário ao longo de campanhas ou até planejamentos mais pontuais, o que o meio impresso muitas vezes não permite pelo alto custo de impressão e redistribuição de um novo material.
P: Presenciamos bastante uso de bancos de imagens em postagens para redes sociais e pouca produção própria de peças. Quais os cuidados e boas práticas que você recomenda para quem for fazer uso desses bancos e quais as vantagens de se produzir o próprio material para postagem?
Acredito que o principal cuidado ao utilizar banco de imagem é com representatividade.
Grande parte dos bancos de imagens do mercado não são brasileiros, por isso não é tão incomum ver campanhas nacionais com fotos e modelos que não representam a realidade do país. Por isso, recomendo sempre um cuidado especial na busca de imagens para redes sociais para tentar ao máximo aproximar as imagens da realidade do seu público alvo.
E isso acaba sendo um grande diferencial quando produzimos o próprio material. Costumo pensar em banco de imagens como redes de fast fashion. Em algum momento, você vai ver alguém na rua com uma roupa igual a sua. O mesmo vale para as imagens de banco. Ainda mais campanhas muito sazonais como o Natal, por exemplo, a chance de você ver alguém usando "uma roupa igual a sua" é muito grande.
Por isso, em tempos que competimos pela atenção do usuário por diferença de milésimos de segundo, produzir o próprio material dá uma boa vantagem nesse sentido. Além disso, permite também um maior controle do conteúdo e da identidade visual da marca.
P: Um erro bem frequente em estratégia e planejamento de conteúdo em redes sociais é dissociar os valores e identidade da marca com suas postagens. Na sua visão, quais são os primeiros passos para construir uma identidade visual que se conecte com as redes sociais e também com outros canais de comunicação?
R: Bom, não é novidade que as redes estão cheias de tendências, memes e assuntos a todo momento e não é incomum receber pedidos como "vi esse material que outra marca fez e quero fazer igual", sendo que muitas vezes isso não tem nada a ver com o público, nem com o produto ou o timing do tema já passou porque, afinal, da mesma maneira que os assuntos aparecem, também desaparecem. Então, muitas marcas esquecem de que:
Uma rede social nada mais é do que mais um ponto de contato com seu cliente e deve ser tratada como tal.
Assim, um bom primeiro passo é mapear todos os pontos de contato que o cliente vai ter com a sua marca, não importa se ele vai ser on ou offline. Feito isso, unir todos esses pontos através de uma identidade bem construída. Quando digo identidade, não falo somente de logotipo, cores, fontes e outros recursos visuais, mas também definir tom de voz para os textos, interações e e-mails. Dessa forma, não importa se o cliente vai ser impactado em um post, um story, um e-mail, um anúncio impresso ou um outdoor. Ele vai saber que é da sua marca.
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Eu recomendo vocês acompanharem o trabalho do Marcos Singulano no seu Instagram e LinkedIn, além de ver seu portfólio no site para futuros projetos de identidade visual e produção gráfica.
NOVIDADE DA SEMANA
Netflix terá um “Duplo Joinha” na classificação das produções
Chamado de “Two Thumbs Up”, a classificação feita pelo usuário servirá para ele sinalizar produções que ele gostou vs. amou. Com isso, o algoritmo da Netflix poderá recomendar produções mais relacionadas com o que você amou, principalmente envolvendo atores, atrizes e gênero da série/filme. Além disso, adicionaram um “thumbs down” para sinalizar seu descontentamento.
Lembrando que, antigamente, a classificação era o modelo cinco estrelas, onde o usuário avaliava entre 1 e 5 estrelas cada produção.
Vi no The Brief.